Mais uma da série: falar de amor ( mas agora chega)

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Mais uma da série: falar de amor ( mas agora chega)

Bem… acho que agora basta….. em breve volto com outros temas… to mesmo precisando amar em off … rs

Clarice Lispector:
“O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão inerente quanto a própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente…”

Nesse mundinho tão aparentemente oco, sustentado pela superficialidade e pelos relacionamentos banais, o amor surge como uma espécie de catarse… (gosto disso, e funciona)

Amamos, de acordo ao que profere Fernando Pessoa e com o qual concordo, a ideia representativa da pessoa com a qual mantemos ou pretendemos manter um vínculo amoroso. E o que representa essa pessoa nada mais é do que um conceito particular traduzido por um conjunto de qualidades às quais admiramos e com as quais nos identificamos, logo, desejamos que sejam compartilhadas conosco porque isso nos completa, nos faz mais feliz. Em suma, é a beleza que irradia do outro e que nos atrai tanto quanto um ímã a um objeto metálico.

Mas não confundamos essa beleza com o estereótipo de beleza física tão massivamente propagado pela mídia em geral. Não. Essa beleza é frívola, tem data de consumo pré-determinada pelo tempo, é produto perecível. Se cairmos na armadilha de amar tão somente a embalagem, correremos o risco de estarmos sempre à procura de um produto novo, trocaremos de marca, assim como trocamos de roupa.

Característica notória dos tempos atuais: todo mundo fica com todo mundo, mas ninguém fica com ninguém. Resultado: frustração, vazio interior, solidão… E aqui vale lembrar daquele velho clichê: Solidão não é estar sempre só, é estar rodeado de gente e sentir falta apenas de uma pessoa.

Eu por acaso tenho muitos homens em minha vida (filhos lindos) e até devaneio com um certo fantasma …. Ele sim, é uma pessoa um tanto mais estranha que eu, mas sua inteligência é sedutora, seu estilo vem mudando…. e sua essência nunca muda. As vezes me irrito muito com ele, odeio mesmo, por conseqüência me odeio também…. afinal…. um fantasma…. mas ele esta do meu lado nos momentos mais inoportunos, nas minhas feridas, nos meus mais largos risos, e sei La…. acho que quando ele está por perto eu me torno o melhor que posso ser.

Ele não me envia flores, não me liga 4 vezes ao dia (adoro isso), tem nuances machistas, mas é um fantasma descolado. Gosta da minha tatuagem, mas fantasmas também magoam, ferem, e um dia me feriu demais….por conta disso, eu insana e aprendendo com a dor, o feri mais ainda, não por vontade, mas aconteceu. E agora estamos nos reencontrando, numa esquina da vida, ou talvez seja mesmo a da morte, da morte de tudo que foi. Só não quero que se torne água morna, água morna só faz vomitar.Não troco sua presença por nenhuma outra, sinto falta dos seus olhos depois que fazíamos amor.

Mas é isso, não existe relação sem perdas, nem feridas a serem lambidas. Ainda que eu seja um tanto cética, cheiiiinha de defeitos, autoritária, termine as palavras antes das pessoas emitirem…. sei La…. escolhi essa sombra iluminada pra seguir comigo …

Mas cansei de falar de amor, ainda que por pura projeção, estou elaborando outros temas, talvez eu fale da Síndrome de Peter Pan, talvez eu fale do ódio que existe em todos nós e a gente sublima com outro nome… To quase como o tal anão, que de tanto ser venerado pela princesa, um dia disse á ela que estava de saco cheio, ela então usou seu lindo machado com glitter rosa bebê e quebrou o anão….. (peguei fábula de outrem), bem será mesmo que sempre destruímos quem amamos? Ou destruímos a parte projetada que não aceitamos em nós?

Diga você ….

Uma resposta »

  1. Ainda que avistasse placas em itálico avisando: “cuidado, perigo!”, ainda assim, amaria de paixão…
    Quando concatenei essa frase, pretendia discorrer sobre os expedientes do meu coraçãozinho, embora, reconheça, que amar, sê fardo! rsrsrs
    Esmerado texto! Parabéns!

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  2. Dizem que as pessoas não sabem mais amar, que se entregam a qualquer um por um instante de prazer e depois morrem na solidão. Mas me diga, quando na história o Amor foi verdadeiro? Se entregar a um em vez de a dez é garantia de ser amado? Casais são mais felizes porque são monogâmicos? Ou são mais tristes? Ou são iguais?
    Vivemos em uma era de liberdade, a qual ainda não sabemos lidar. Quando esse fogo de fornalha baixar, o que sobrar das cinzas será verdadeiro.
    O coração não é essa bomba atômica toda a qual não sabemos desarmar. Basta não ser burro e repetir os mesmos atos esperando que o resultado seja diferente.

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    • Então…. penso que não existe um “manual de instruções” para a coisa toda “dar certo” e nem acredito em felicidade como algo pleno e constante, acredito em momentos felizes, outros nem tanto… enfim… e é justamente por sermos únicos, ou no caso “dois” que se os afetos se encontram e constituem a partir da historia de cada um uma nova subjetividade….. por isso digo que amar é catártico….Você disse coisas muito reais e atuais, não sabemos ainda lidar, e, quanto ao fogo da fornalha…. rs parafraseando uma pessoa : As vezes não basta haver luz, é preciso haver fogo” , Eu já digo que há momentos da vida em que a luz é o bastante … e muitas vezes a fagulha para o fogo está presa nos nossos medos. Inteligente seu comment, obrigada por estar por aqui …. e seja muito bem vindo.

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  3. O amor! Este desconhecido …..que falamos tanto …achamos que sentimos tanto ….e acabamos tendo um sentimento dentro do outro ….por mais paradoxo que pareça, acabamos tendo uma relação de “amor e ódio” como o próprio sentimento.

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  4. Acho que o amor nunca vai ser cansativo de se falar. Apesar de vemos hoje em dia a juventude andando muito apressadinha nos seus romances, mas com o tempo vai sentir o que comanda o coração é o amor, que nos faz querer está sempre presente no dia do outro. Essa é a mola que comanda o coração,o amor mesmo com seus clichês.
    Abraços.
    Luandabela.

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