José ama Maria, que ama José… mas nao bastou …..

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José ama Maria, que ama José… mas nao bastou …..

José ama Maria, que ama José. Cada um com seu pranto, seguindo sem rumo a fumaça de uma felicidade perdida em algum canto, esquecida na poeira de um porta-retratos.
Aonde haviam ido parar todas as evidências de um amor insuperável, capaz de sobreviver às intempéries da união sem ao menos soltarem as mãos?

Por que isso agora, soltos em galáxias distintas, encarando a vida de cara lavada, sem graça e sem cor e sem um sopro de promessa de que dias melhores virão?
Quando o amor acaba tudo é mais fácil: o recomeço pede um esforço miúdo.

A resiliência do fim acalenta o cansaço de quem esgotou todas as possibilidades. Restou a convicção de que não há mais amor e nesse momento nada pode ser feito. É vida que segue, é coração batendo no peito, sangue correndo nas veias e a vontade de ser feliz por merecimento, com o que restou de si mesma.

Duro é quando duas pessoas se despedem do ‘felizes para sempre’, mas com a esperança de que seja apenas um ‘até em breve’. Escondem-se os sorrisos, vão-se embora os longos e úmidos beijos e os abraços apertados. Acabou a alegria, a vontade de lutar para que dê certo. Tudo. Menos o amor.

Resta apenas uma saudade doída do que foi e do que não mais será, a constatação de já fomos felizes ao ápice, que amamos com uma intensidade e inocência que não se repetirá.

Mas por que desistir do amor? Por que abrimos mão dele e deixamos que os pormenores sejam maiores?

Por obra do destino e das sarcásticas pegadinhas da vida, por motivo de orgulho ferido, por intromissão de terceiros e quartos e quintos, com suas soluções mirabolantes sobre um relacionamento onde não cabem e tampouco pertencem.

Colocamos a culpa na distância, no ciúme sufocante, na jornada de trabalho abusiva, no olho gordo da vizinha solteirona. Queremos um porquê capaz de nos convencer de que não amamos mais, de que o melhor a fazer é esquecer e, consequentemente, substituir.

Acontece que o amor não acaba assim… Não mesmo. Quando ele cria raiz dentro da gente, não morre com qualquer ventania. Passa o tempo, mudam as estações e tantas pessoas circulando nas veredas do nosso coração. Ainda não entendemos a razão de estarmos separados e o propósito de não estarmos juntos. Agora, tudo parece tão banal diante do amor que continua intacto.

Depois do amor

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Depois do amor

Por Fabrício Carpinejar.

A mulher somente despreza quem ela amou demais. Não é qualquer homem que merece, não é qualquer pessoa. Pede uma longa história de convivência, tentativas e vindas, mutilações e desculpas. O desprezo surge após longo desespero. É quando o desespero cansa, quando a dúvida não reabre mais a ferida.

É possível desprezar pai e mãe, ex-esposa ou ex-marido, daquele que se esperava tanto. Não se pode sentir desprezo por um desconhecido, por um colega de trabalho, por um amigo recente. O desprezo demora toda a vida, é outra vida. É nossa incrível capacidade de transformar o ente familiar num sujeito anônimo.

Assim que se torna desprezo, é irreversível, não é uma opinião que se troca, um princípio que se aperfeiçoa. Incorpora-se ao nosso caráter.

Desprezo não recebe promoção, não decresce com o tempo. Não existe como convencer seu portador a largá-lo. Não é algo que dominamos, tampouco gera orgulho, nunca será um troféu que se põe na estante.

Desprezo é uma casa que não será novamente habitada. Uma casa em inventário. Uma casa que ocupa um espaço, mas não conta.

É a medida do que não foi feito, uma régua do deserto. A saudade mede a falta. O desprezo mede a ausência.

O desprezo não costuma acontecer na adolescência, fase em que nada realmente acaba e toda vela de aniversário ainda teima em acender. É reservado aos adultos, desconfio que deflagre a velhice; vem de um amor abandonado. Trata-se de um mergulho corajoso ao pântano de si, desaconselhável aos corações doces e puros, representa a mais aterrorizante e ameaçadora experiência.

Indica uma intimidade perdida, solitária, uma intimidade que se soltou da raiz do voo.

O desprezo é um ódio morto. É quando o ódio não é mais correspondido.

Não significa que se aceitou o passado, que se tolera o futuro; é uma desistência. Uma espécie de serenidade da indiferença. Não desencadeia retaliação, não se tem mais vontade de reclamar, não se tem mais gana para ofender. Supera a ideia de fim, é a abolição do início.

Não desejaria isso para nenhum homem. O desprezado é mais do que um fantasma. Não é que morreu, sequer nasceu; seu nascimento foi anulado, ele deixa de existir.

O desprezo é um amor além do amor, muito além do amor. Não há como voltar .

(Eu diria que dói mais porque a gente não vê o outro morto, a gente se vê morto dentro do outro)

Publicado no jornal Zero Hora
Segundo Caderno, coluna quinzenal, p. 3, 07/03/2011
Porto Alegre (RS), Edição N° 16632

Quando foi mesmo que ele desistiu?

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Quando foi mesmo que ele desistiu?

Desconstruo alguns Contos de Fadas. Fiz o meu “às avessas” , e vamos combinar. As coisas acabam…. e nada é do nada. Eu não estou dizendo que tudo e todos os relacionamentos são findáveis. Não, muito pelo contrário , eu super acredito no amor. Mas não nos contos de fadas, acho que relacionamento é cheio de curvas, daquelas desajustadas mesmo, estão sujeitos a muitas tempestades, mas podem dar certo sim, se ambos souberem passar por tudo e com tudo o que restarem de estrutura e bagagem emocional. Uma coisa é certa. É preciso muita disposição.

Suor, algumas lágrimas, desconstrução e reconstrução contínua e muitos risos soltos….. sim. Pode dar certo. Pode ser reinventado ou acontecer um novo relacionamento com os mesmos protagonistas. E lhes afirmo, ainda assim, haverá vontade de desistir. Porque relacionamentos são devires.

Acontece que um dia a gente deixou, outro dia somos deixados, me perdoem a expressão (mas isso é muito foda) E ainda, as vezes, o relacionamento ACABA e ainda existe um baita sentimento da sua parte…. e vc fica tentando encontrar listas e manuais, de onde foi q errou para poder “consertar”…. Ah…… caríssimos…. daí acabou de vez. Não há consertos em relacionamentos. Mas vem cá, fica mais fácil quando vc aceita : Acabou. Ele(a) desistiu de mim.

Já falei de algumas coisas que tendemos a fazer e temos mesmo que passar por esse luto. Ficar em casa 3 dias de pijama…. tomar alguns porres (sendo profissional da saúde não recomendo), mas acontece…. algumas músicas bem tristes … e muitas… muiiiitas lágrimas ajoelhada no chuveiro…… dói … sangra ….. mas potencializa….. podes crer. Agora, não fica nessa por meses a fio tá? Respira e um dia sai dessa. Se olha e se trate. E bem bem.

Outra coisa, não adianta “bancar” de forte, batom na “cara” só pra mostrar pros outros que ta ficando bem. Quem menos importa agora são os outros. Agora é com vc. Se permita o caos… as recaídas e aceite o fim…. vai tocando a vida…. dizem que é aos poucos que as coisas vão dando certo…deve ser…

transitando

Quando alguém realmente te quer, no sentindo esse sim, é um relacionamento pra entrega, pra durar, nada é tão grande a ponto afastar a insistência dos recomeços. NADA.
Muito pior que o FIM é estar do lado….. de alguém que já não está do seu faz tempo….. nem em fotos…. nem nas sombras das ruas e dos passeios banais.
Creia, quando é pra valer NADA faz ambos desistirem. Não insista. Atravesse.

Eu costumava dizer assim a alguns anos: “ Bem, se não der certo, mas eu tiver dinheiro, então pago um bom analista e não sofro……” ahahahahaha sofremos ainda assim….. mas levantamos e sacudimos a poeira….. dando a volta por cima…. sem perder para os sabotadores internos…. e só conseguiremos conhece-los….. sabendo quem somos.

Quem não quer um grande amor? Ah… eu quero… mas que seja construído em relacionamentos …. em devires. E vamos combinar? Essa de amor incondicional…….

Devir mulher

Parte de um diálogo entre dois mestres …. quem tem olhos que ouça….. rs

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Parte de um diálogo entre dois mestres …. quem tem olhos que ouça….. rs

A Parte disso digo: Se liga. Aceite. As vezes a pessoa não quer você.

 

Poderia eu aqui tecer muitos comentáris sobre esse diálogo , mas minha natureza inquieta me  convida a instigar…. e vc? o que pensa? O que é aceitar e viver com o outro?

 

kd

 

 

BUBER: E, veja, posso acrescentar uma questão técnica? [Rogers: Uh hum]. Aprendi, no decorrer da minha vida, a valorizar as palavras [Rogers: Uh hum].

 

E penso que, na psicologia moderna, isso não acontece na medida suficiente. Quando encontro algo que é essencialmente diferente de outra coisa, quero uma nova palavra [Rogers: Uh hum]. Quero um novo conceito [Rogers: Uh hum]. Veja, por exemplo, a psicologia moderna, em geral, diz sobre o inconsciente que ele é uma certa forma de psique. Isso não tem sentido algum para mim. Se algo é tão diferente – se duas coisas são tão diferentes de uma outra, como essa tensão da alma, mudando a cada momento, onde eu não posso entender coisa alguma, quando tento entender – de um lado – eh, esse ser em tempo absoluto, e isso ,uh, o que chamamos de inconsciente, isso não é um fenômeno de maneira alguma. Nós não podemos, não podemos ter acesso a isso, temos apenas que lidar com seus efeitos, e por aí afora. Não podemos dizer que o primeiro é psíquico e o segundo é psíquico; que o inconsciente é algo no qual psíquico e fisiológico estão, como posso dizer, misturados, não é suficiente.

Eles se interpenetram de tal maneira que vemos, em relação a isso, que os termos corpo e alma são, por assim dizer, termos antigos [Rogers ri], conceitos tardios e consciência uma realidade primal. Agora, como podemos compreender esse conceito único?

ROGERS: Eu concordo muito com você a esse respeito, mas eu penso que quando uma experiência é, definitivamente, de um tipo diferente, então ela merece um termo diferente. Penso que concordamos sobre isso. Talvez, como vejo que o tempo está passando, gostaria de levantar outra questão que tem muito sentido para mim e não sei bem como colocar. Deixe-me expressá-la mais ou menos assim: Quando vejo pessoas entrando em relacionamentos na terapia, penso que uma das coisas que passei a acreditar e sentir e experienciar é que aquilo que eu considero natureza humana ou natureza humana básica – esse termo é pobre e você deve ter uma forma melhor de expressar isso – é, realmente, algo em que se pode confiar. Parece-me que, em alguns dos seus escritos, eu percebo um pouco desse mesmo sentimento.

De qualquer forma, minha experiência em terapia tem mostrado que não é necessário fornecer motivação em direção ao positivo, em direção ao construtivo. Isso existe no indivíduo. Em outras palavras, se pudermos libertar o que é mais básico no indivíduo, isso será construtivo. Agora, não sei… novamente, somente espero que, talvez, isso possa provocar alguns comentários da sua parte.

BUBER: Ainda não entendi a questão exata nisto.

ROGERS: A única questão que estou levantando é: “Você concorda”? Ou, se não estou sendo claro, por favor, faça-me outras perguntas. Tentarei colocar de outra forma. Bem, isto, pode ser um caminho contrastante [Buber: Hmm]. Parece-me que, muito no caminho da psicanálise ortodoxa, ao menos, que tem sustentado que quando o indivíduo é revelado, quero dizer que quando você realmente chega ao fundo do que está dentro da pessoa [Buber: Hmmm], ela consiste, principalmente, de instintos, atitudes, e assim por diante [Buber: Hmmm], que devem ser controladas. E, isso vai em direção diametralmente oposta à minha própria experiência, que é que quando você chega ao que é mais profundo no indivíduo, esse é o exato aspecto que mais pode ser confiado, em termos de ser construtivo e tender em direção à socialização ou em direção ao desenvolvimento de melhores relações interpessoais. Isso faz sentido para você?
BUBER: Entendo. Eu gostaria de colocar isto de uma forma um pouco diferente.

Até onde entendo, quando tenho a ver com, eu diria, uma pessoa problemática, ou simplesmente uma pessoa doente, uma pessoa que as pessoas chamam, ou querem chamar, uma pessoa má [Rogers: Uh huh]. Veja, em geral, o homem que tem realmente a ver com o que chamamos espírito, é chamado não pelas boas pessoas, mas somente pelas pessoas más, pelos problemáticos, pelos inaceitáveis, e por aí afora. As boas pessoas podem ser amigas dele, mas nãonecessitam dele. Então, estou interessado somente nos tão chamados maus, problemáticos e por aí afora. E a minha experiência é se eu tiver êxito em, e isso está próximo do que você diz, mas é um tanto diferente, se me aproximar da realidade dessa pessoa, a experiencio como uma realidade polar.
ROGERS: E o que é isso? Polar?

BUBER: Realidade polar [Rogers: Uh huh]. Veja, em geral, dizemos que isso é ou A ou Não-A. Não pode ser A e Não-A ao mesmo tempo [Rogers: Uh huh]. Não pode. Não pode. Quero dizer, aquilo que você afirma serconfiável. Eu diria que se situa em relação polar com o que menos pode ser confiável nesse homem. Você não pode dizer, e talvez eu me diferencie de você nesse ponto, você não pode dizer, “Oh, detecto nele exatamente o que é confiável”. Eu diria, agora, quando o vejo, quando o compreendo mais amplamente e mais profundamente que antes, vejo toda a sua polaridade e, então, vejo como o pior e o melhor nele são dependentes um do outro, ligados um ao outro. E posso ajudar – é possível que eu seja capaz de ajudá-lo – simplesmente ajudando-o a modificar a relação entre os polos. Não simplesmente pela escolha, mas através de uma certa força que ele dá a um dos polos em relação ao outro, os polos sendo qualitativamente muito similares um ao outro. Eu diria que não há, como pensamos geralmente, na alma de um homem o bem e o mal opostos. Existe, muitas vezes e de diferentes maneiras, uma polaridade; e os polos não são bem e mal mas, mais exatamente, sim e não, mais exatamente, aceitação e recusa [Rogers: Uh huh].

E, podemos fortalecer, ou ajudá-lo a fortalecer, o polo positivo. E, talvez, possamos até fortalecer o controle de direção nele, porque essa polaridade é, frequentemente, sem direção. É um estado caótico. Poderíamos trazer uma nota cósmica. Podemos ajudar a por ordem, a por forma. Porque penso que o bem, o que podemos chamar de bem, é sempre só direção. Não uma substância.
ROGERS: Se eu tomar essa última parte particularmente, você está dizendo que talvez possamos ajudar o indivíduo a fortalecer o sim, que é afirmar a vida ao invés de recusá-la. É isso.

 

 

 

BUBER: M-hummmm. Veja, eu discordo somente nessa palavra, eu não diria vida, eu não colocaria um objeto.
ROGERS: Um huh.
BUBER: Eu gostaria de dizer simplesmente “sim”.
ROGERS (para Dr. Friedman): Você parece estar querendo dizer alguma coisa. Acho que poderíamos continuar sobre isso para sempre.

FRIEDMAN: Minha função como moderador é estimular as questões e sinto que duas questões interrelacionadas foram mencionadas aqui, mas, talvez, não evidenciadas, e sinto que é muito importante, eu gostaria de entender. Quando Dr. Rogers perguntou ao Professor Buber sobre sua atitude em relação à psicoterapia, ele mencionou como um dos fatores componentes da sua abordagem à terapia, a “aceitação”. Agora, Professor Buber, como vimos ontem à noite, frequentemente usou o termo confirmação, e tenho a sensação, tanto a partir do que eles disseram hoje quanto do meu conhecimento dos seus escritos, que pode ser realmente importante clarificar se eles querem dizer aproximadamente o mesmo. Dr. Rogers escreve sobre aceitação, além de dizer que é um olhar caloroso pelo outro e um respeito pela sua individualidade, por ele como uma pessoa de valor incondicional, diz que significa “uma aceitação e consideração por suas atitudes do momento, não importando quão negativa ou positiva, não importando o quanto elas podem contradizer outras atitudes que ele sustentou no passado”. E “essa aceitação de cada aspecto flutuante desta outra pessoa estabelece para ele um relacionamento de calor e segurança”. Agora, me pergunto se o Professor Buber consideraria confirmação similar a isso ou se ele veria confirmação como incluindo, talvez, não ser aceito, incluído alguma exigência sobre o outro, que poderia significar, num certo sentido, uma não-aceitação dos seus sentimentos no momento, a fim de confirmá-lo mais tarde.

BUBER: Eu diria que todo verdadeiro relacionamento existencial entre duas pessoas começa com aceitação. Por aceitação, quero dizer – talvez os dois conceitos não sejam exatamente iguais – por aceitação quero dizer ser capaz de dizer, ou melhor, não de contar, mas simplesmente fazer com que a outra pessoa sinta que eu o aceito exatamente como ele é. Eu tomo você exatamente como você é. Bem, então, mas não é ainda o que quero dizer com “confirmar o outro”. Porque aceitar é simplesmente aceitar o outro, como quer que ele seja, nesse momento, nessa sua realidade.

Confirmar significa, antes de tudo, aceitar toda a potencialidade do outro [Roger
s: Uhm hum], e fazer até mesmo uma diferença decisiva em sua potencialidade e, é claro, podemos estar enganados repetidas vezes sobre isso, mas é só uma possibilidade entre os seres humanos. Posso reconhecer nele, conhecer nele, mais ou menos, a pessoa que ele foi – posso dizer somente com essa palavra –criado para se tornar. Em linguagem simples e factual, não encontramos o termo para isso porque não encontramos isso no termo, o conceito de “ser implica em tornar-se”.

É isso que devemos, até onde possível, compreender, senão no primeiro momento, então depois disso. E agora eu posso, não somente aceitar o outro como ele é, mas confirmá-lo, em mim mesmo e, então nele, em relação a essa potencialidade que é significada por ele e que pode agora ser desenvolvida, pode evoluir, pode responder à realidade da vida. Ele pode fazer mais ou menos nessa esfera de ação, mas eu posso, também, fazer algo. E, isso é com objetivos ainda mais profundos que a aceitação. Tomemos, por exemplo, um homem e uma mulher, marido e mulher.

Ele diz, não expressamente, mas simplesmente por toda a sua relação com ela, que “eu te aceito como você é.” Mas issonão quer dizer “Eu não quero que você mude.” Mas diz, “Eu descubro em você, simplesmente através do meu amor acolhedor, descubro em você o que você está destinado a se tornar”. É claro, isso não é algo a ser expresso em termos massivos. Mas, pode ser que cresça e cresça com os anos de vida em comum. É isso que você quis dizer?

ROGERS: Sim. E penso que isso soa muito parecido com essa
qualidade que está na experiência que eu penso como sendo aceitação, apesar de eu ter tendido a expressá-la de forma diferente.

Eu penso que aceitamos o indivíduo e a sua potencialidade. Penso ser uma questão real se poderíamos aceitar o indivíduo como ele é, porque frequentemente ele está num estado lastimável, se não fosse pelo fato de que nós, em certo sentido, também compreendêssemos e reconhecêssemos seu potencial. Acho que sinto, também, que a aceitação de um tipo mais completo, aceitação dessa pessoa como ela é, é o mais forte fator de mudança que eu conheço. Em outras palavras, penso que isso libera a mudança, ou libera potencialidade de descobrir que como eu sou, exatamente como eu sou, eu sou completamente aceito – então não posso deixar de mudar. Porque, então, sinto que não existe mais a necessidade de barreiras defensivas e, então, o que assume o comando são os processos evolutivos da própria vida.

BUBER: Temo não estar tão certo disso quanto você está, talvez por não ser terapeuta. E, eu tenho necessariamente que lidar com esse tipo problemático. Eu não posso, na minha relação com ele, dispensar essa polaridade. Não posso por isso de lado. Como eu disse, tenho que lidar com ambos os homens. Tenho que lidar com o problemático nele. E tenho que… existem casos quando devo ajudá-lo apesar dele mesmo. Ele quer minha ajuda contra si mesmo. Ele quer… veja, o mais importante é que ele confia em mim. Sim, a vida tornou-se sem fundamento para ele. Ele não pode pisar em solo firme, em terra firme. Ele está, por assim dizer, suspenso no ar. E o que ele quer? O que ele quer é um ser, não somente em quem ele possa confiar, como um homem confia em outro, mas um ser que dá a ele a certeza de que “existe um solo, que existe uma existência. O mundo não está condenado à privação, degeneração, destruição. O mundo pode ser redimido. Eu posso ser redimido porque existe esta confiança”. E, se isso é alcançado, agora posso ajudar esse homem, mesmo na luta contra ele mesmo. E, isso eu só posso fazer se eu distinguir “aceitar” de “confirmar”.

ROGERS: Sinto que uma dificuldade com um diálogo é que pode facilmente não ter fim, mas penso que por piedade tanto do Dr. Buber quanto da platéia, esse… [Risos].
BUBER: O que você disse?

ROGERS: Disse que por consideração a você…

BUBER: Não por mim, heh heh.

ROGERS: Tudo bem… [risos] … por consideração à platéia.

FRIEDMAN: Permitam-me ser impiedoso e colocar uma última questão. É assim [Buber: Huh huh]. Minha impressão é que, por um lado, houve mais insistência por parte do Dr. Rogers na completa reciprocidade da relação Eu-Tu na terapia, e menos por parte do Dr. Buber; mas por outro, tenho a impressão que o Dr. Rogers é mais centrado no cliente…

BUBER: O quê?

FRIEDMAN: Mais centrado no cliente… (risos) mais preocupado, mais preocupado com o tornar-se da pessoa. E Dr. Rogers fala, em um artigo recente12, de ser capaz de confiar no organismo de alguém, que ele encontrará satisfação, que ele expressará a si. E fala do locus do valor como estando dentro de alguém, enquanto que tenho a impressão, a partir do meu encontro com Dr. Buber, que ele vê valor mais no “entre”. Gostaria de saber se esse realmente é um ponto de controvérsia entre vocês dois.
ROGERS: [Buber: Hum] Posso expressar minha visão sobre isso, hum, em termos um pouco diferentes daqueles que você usou e, ainda, eu penso que está relacionado à mesma coisa. Como tentei pensar nos últimos meses, me parece que você poderia falar do objetivo em direção ao qual a terapia se move, e acho que o objetivo em direção ao qual a maturidade se move em um indivíduo, como sendo um “tornar-se”, ou sendo consciente e aceitando aquilo que se é mais profundamente. Em outras palavras, isso também expressa uma confiança real no processo no qual nos encontramos, o qual não pode ser inteiramente compartilhado entre nós hoje.

BUBER: Talvez ajudasse se eu apontasse um problema que encontrei quando li exatamente esse seu artigo [Rogers: Huh huh], ou um problema que me veio [Rogers: Huh huh]. Você fala sobre pessoas, e o conceito de “pessoa” é aparentemente muito próximo do conceito de “indivíduo”. Penso ser aconselhável estabelecer uma distinção entre eles. Um indivíduo é somente uma certa singularidade de um ser humano. E ele pode se desenvolver somente através do desenvolvimento de sua singularidade. É isso que Jung chama de “individuação”. Ele pode tornar-se mais e mais um indivíduo sem tornar-se mais e mais humano. Eu tenho [Rogers: Huh huh] muitos exemplos de homens que se tornaram muito, muito individuais, muito distintos dos outros, muito desenvolvidos em suas particularidades sem ser, de maneira alguma, o que eu gostaria de chamar um homem [Rogers: Huh huh]. Indivíduo é somente esta singularidade, capaz de ser desenvolvido e por aí afora. Mas pessoa, eu diria, é um indivíduo vivendo realmente com o mundo. E com o mundo, não quero dizer no mundo [Rogers: Huh huh], mas exatamente em contato real, em real reciprocidade com o mundo em todos os pontos nos quais o mundo pode encontrar o homem. Não digo somente com o homem, porque às vezes podemos encontrar o mundo de formas outras que a do homem. Mas isso é o que eu chamaria uma pessoa e se eu posso dizer expressamente “sim” e “não” a certos fenômenos, sou contra indivíduos e a favor de pessoas [Aplausos].

ROGERS: Uhm, huh. Correto. [Aplausos]

FRIEDMAN: Nós temos razão em dizer que devemos muito ao Dr. Rogers e ao Dr.Buber por esse, esse diálogo único. É certamente único na minha experiência: primeiro, por ser um verdadeiro diálogo, diante de uma audiência e, eu penso que, isto se deve em parte pelo que eles desejavam nos dar e nos deram e, em parte, por que vocês [a audiência] tomaram parte, algo como, um triálogo, ou me acrescentando, um, um quadriálogo, no qual vocês participaram silenciosamente [Aplausos].

Nota Biográfica:

Mordechai Martin Buber (1878-1965) nasceu em Viena e foi educado na “polaridade existente entre o ocidente e o oriente”. Teólogo, filósofo e escritor; desenvolveu sua “filosofia dialógica” descrita em uma obra que alia filosofia e teologia. Grande divulgador do Hassidismo e do Judaísmo, Buber publica em 1913, Daniel (ainda inédito no Brasil), mas ficou mais conhecido por seu livro Ich und Du (Eu e Tu, São Paulo: Centauro). Possui ainda numerosa obra em temas que tocam e influenciam a sociologia, psicologia e antropologia, vários deles traduzidos para o português: Do Diálogo e do Dialógico (São Paulo: Perspectiva); Eclipse de Deus (Campinas: Verus); Sobre Comunidade (São Paulo: Perspectiva); O Socialismo Utópico (São Paulo: Perspectiva); As Histórias do Rabi Nachmann (São Paulo: Perspectiva); A Lenda do Baal Schem (São Paulo: Perspectiva) eHistórias do Rabi (São Paulo: Perspectiva). Buber é considerado alicerce e suporte filosófico para numerosas práticas clínicas e referência obrigatória quando o tema é “diálogo”.

Carl Ramson Rogers (1902-1987) era psicólogo, humanista e cientista brilhante. Criador da “terapia centrada no cliente”, fez com que seu pensamento transcendesse as fronteiras da clínica psicoterapêutica, constituindo-se nos mais diversos campos de aplicação. Com isto, criou os “Grupos de Encontro”, o “Ensino Centrado no Estudante”, até sua abordagem ser conhecida por Abordagem Centrada na Pessoa. Seu interesse por Teologia se deve ao fato de haver seguido cursos no Union Theological Seminary, onde Tillich lecionou, entre 1924 e 1926, de onde migra para o Teacher’s College da Columbia University. Grande parte de sua obra está traduzida para o português, com destaque para seu livro mais conhecido Tornar-se Pessoa (São Paulo: Martins Fontes). Temos ainda as seguintes traduções: Grupos de Encontro; Psicoterapia e Consulta Psicológica; Sobre o Poder Pessoal; O Tratamento Clínico da Criança-Problema e Carl Rogers. O Homem e suas Idéias (pela editora Martins Fontes, São Paulo); Um Jeito de Ser e A Pessoa como Centro (pela E.P.U.); além de Em Busca de Vida(Summus); Quando Fala o Coração (Vetor); Novas Formas de Amor (José Olympio); Abordagem Centrada na Pessoa (Editora da UFES); O Homem e a Ciência do Homem; Psicoterapia e Relações Humanas e Liberdade para Aprender (Interlivros) e Liberdade para Aprender em Nossa Década (Artes Médicas).

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“O medo de amar é medo de ser livre…”(não fui eu quem disse foi Beto Guedes quem falou …)

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“O medo de amar é medo de ser livre…”(não fui eu quem disse foi Beto Guedes quem falou …)

O medo nos aprisiona. (alguma dúvida?) pois ele numa única idéia te conquista. Sim. Conquista. E a qualquer preço.
E inúmeras vezes nem amamos de verdade … (vai po r mim…. ou não…), só queremos provar para nós mesmos o quanto somos irresistíveis e irrecusáveis. ( o pior é que quase sempre conseguimos… eis a estagnação).
Você só reconhece no outro o que de fato habita dentro de você. Então você até pode controlar seus aspectos. Ou, então optar por não controlar o outro. Sabendo disso….. (poucos sabem) mas sim, os seus aspectos… e então…. estará apta a si mesma. E suas vicissitudes.

somos pássaros livres

 

O amor não morre. Ele se cansa muitas…

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O amor não morre. Ele se cansa muitas…

 

Pedro Bial:

 

“O amor não morre. Ele se cansa muitas vezes. Ele se refugia em algum recanto da alma tentando se esconder do tédio que mata os relacionamentos. Não é preciso confundir fadiga com desamor. O amor ama. Quem ama, ama sempre. O que desaparece é a musicalidade do sentimento. A causa? O cotidiano, o fazer as mesmas coisas, o fato de não haver mais mistérios, de não haver mais como surpreender o outro. São as mesmices: mesmos carinhos, mesmas palavras, mesmas horas… o outro já sabe! Falta magia. Falta o inesperado. O fato de não se ter mais nada a conquistar mostra o fim do caminho. Nada mais a fazer.
Muitas pessoas se acomodam e tentam se concentrar em outras coisas, atividades que muitas vezes não têm nada a ver com relacionamentos. Outras procuram aventuras. Elas querem, a todo custo, se redescobrir vivas; querem reencontrar o que julgam perdido: o prazer da paixão, o susto do coração batendo apressado diante de alguém, o sono perdido em sonhos intermináveis e desejos infindos. Não é possível uma vida sem amor. Ou com amor adormecido. Se você ama alguém, desperte o amor que dorme!

Vez ou outra, faça algo extraordinário. Faça loucuras, compre flores, ofereça um jantar, ponha um novo perfume…
Não permita que o amor durma enquanto você está acordado sem saber o que fazer da vida. Reconquiste! Acredite: reconquistar é uma tarefa muito mais árdua do que conquistar, pois vai exigir um esforço muito maior. Mas… sabe de uma coisa? Vale a pena! Vale muito a pena.”

Pois é fiquei aqui ruminando umas coisas, realmente é muito chato ser cobrado, ouvir sempre as reclamações do outro…. mas vamos combinar, existe alguém perfeito? E você? Qual o seu papel para mudar este estado de coisas? O que você se dispõe a fazer? Talvez estas “lamúrias e cobranças” apareçam conscientemente ou não como denúncia de que há algo em você que precisa mudar, ou melhor, algum passo, algum “enfrentamento”…. e sim, sempre vale a pena…. não nascemos para ser sozinhos. Reinvente a pessoa que vc diz amar, faça dela algo melhor do que tem sido. Bem, fácil escrever, dizer…. difícil viver….mas vem cá… porque algo muda de um dia para o outro? Não…. as coisas já vinham mudando ….prefiro crer que se transformam…. talvez até em gotas de chuva …talvez até haja um convite para dançar de t-shirt…

saudade

Dedico a uma pessoa linda de cabelos longos e negros …

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Dedico a uma pessoa linda de cabelos longos e negros …

A culpa não foi das estrelas, foi minha mesmo.

Hoje eu acordei, e não tinha olhos de ressaca, mas me remeti a capitú … rs um sentimento de perda…. da ingenuidade, da ilusão, e acho que de alguma esperança… sou só.

Estou só… e continuarei só… uma sensação de nada saber… mas com muita vontade de querer aprender…. a ser um pouco mais companheira…. uma pessoa melhor … a quem queira andar do meu lado quem sabe até … acordar do meu lado, sim, porque apesar de todas as intenções, o amor tem também um tom de alegria, sim… apesar de conviver não ser sempre um mar de rosas chegou a minha hora, eu preciso caminhar… acho que chegou a hora de saber o que realmente quero para a minha vida e quem nem sempre a pessoa que escolhemos quer o mesmo.

A rejeição dói.

A solidão dói mais ainda … mas tenho que ser senhora de mim, saber das minhas dores e dos meus remédios…. e de novo esqueci de ligar a cafeteira….. eu não quero nada morno….. e que venham outros brindes e outras travessias.

É que a gente se cansa de ficar tentando se afirmar no outro e pelo outro… a gente no fundo até quer alguém que nos espere na volta pra casa… mas precisa ser alguém inteiro e disposto… a gente no início acha que vai morrer …. e de verdade a gente morre, morre mesmo e vale a pena pois surge daí outras vidas, outras possibilidades de se reencontrar e fazer outros encontros … a vida só acontece nos afetamentos.

Quer saber mesmo quem eu sou?
Ta …Vem cá, senta comigo e toma um café…. talvez você possa me dizer !!!

Quem sabe até fique tarde então vamos logo ali onde há uma comida italiana perfeita… e vinho bom… mas sério … eu não quero nada morno, eu perdi a ingenuidade … Ah! Que tolice… a gente não perde … a gente só entende que não vale a pena estar a fim de uma evolução e o outro de uma estagnação.

“…será que um dia a gente vai se encontrar? Quando os soldados tiram as botas pra dançar…… lalaia…”

 

true love

“Eu que não fumo, queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês
Eu que não bebo, pedi um conhaque
Pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta
Que você deixou aberta ao sair

Senti saudade, vontade de voltar
Fazer a coisa certa
Aqui é o meu lugar
Mas sabe como é difícil encontrar
A palavra certa
A hora certa de voltar
A porta aberta
A hora certa de chegar

Dia e noite sem parar, procurei sem encontrar
A palavra certa
A hora certa de voltar
A porta aberta
A hora certa de chegar

Eu que não fumo, pedi um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês
Eu que não bebo, queria um conhaque
Pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta
Que você deixou aberta ao sair

Eu que não fumo, pedi um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês
Eu que não bebo, queria um conhaque
Pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta
Que você deixou aberta ao sair”

Humberto Gessinger ·

A des- razão de olhar o outro

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A des- razão de olhar o outro

Ele me olhou, em um momento rápido, cambaleando, como uma valsa a qual seu parceiro de dança é a própria des-razão, a oposição vívida do super-homem pós-moderno, dono de nada e ninguém, sem posse. Seu olhar, cruel e perverso, escondiam na realidade o medo. Medo da morte, medo de perder o que de valioso apenas nasceu consigo e em sua trajetória, foi a única coisa que conseguiu trazer consigo. Não era sua roupa ou seu rosto, mas sua existência e desejo por continuar a existir.

Em meio ao odor de cachaça e sujeira, um súbito momento de estranheza pela presença de um outro, bem vestido. Meu instinto lhe diz que para sobreviver, manter a postura de não existência é a melhor opção, o jogo de poder é o que me resta: “sou coitado, dê-me salvação”…

Ele me olhou, em um momento rápido, andando reto, passos firmes, como um predador urbano, preparado para pisar em sua caça, no menos adaptado socialmente, a oposição viva do ser da criação, padronizado, oposto do animal potencial, dono de si e de todos, dono do mundo.

Seu olhar, cruel e perverso, escondia na realidade o medo. Medo da morte, medo de perder o que de mais valioso, comprou com suor e sangue, suas posses, sua família e identidade; Seu Eu. Não era sua roupa ou rosto, mas sua existência e desejo por existir. Seu perfume importado e terno estranhavam a presença do outro, mal vestido. Meu instinto me diz para sobreviver, ignorar sua existência é a melhor opção, o jogo e poder é o que me resta, “sou salvador, dou-lhe sua salvação”.
Dou-lhe a esmola
Recebo sua esmola. Época de páscoa.

Sigo meu caminho, fujo a contrariedade da outridade, não me interessa ele, e a ele, eu não interesso. O reconhecimento do outro, não o outro que apenas me reproduz como sujeito, mas o outro em campo de valor distinto, em estilo diferente e em cronograma correspondente, ou mesmo um “não-cronograma”, ao ponto de não serem mais indivíduos de valor.

Se Deleuze e Guattari apontam a esquizofrenia como o ponto que rompe o capital – a funcionalidade do indivíduo – ele hoje adequaria o termo, pois todas as ‘esquizofrenias’ que rompem com a normalidade e chocam os territorializados a ponto de tornarem-se promotores, juízes e carrascos. A criticidade de si enquanto possibilidade é uma tarefa árdua, incômoda e dolorosa, requer compromisso, ética e acima de tudo, maturidade.

O que seria mesmo?

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O que seria mesmo?

Esse texto não é meu…. mas seria um um desrespeito negar esse brinde … trata-se de uma pesquisa feita em uma escola Americana sobre: Amor, significado e conceito. Na visão de mestres (crianças) de 4 a 8 anos de idade.

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O Amor é… É um sentimento nobre e estranho. O amor está em toda parte. O amor com amor se paga. O amor é Deus, logo Deus é amor. O Amor não busca os próprios interesses. O amor não se cansa. O amor é expressão máxima de carinho e cuidado. Sei la… tenho algumas opiniões divergentes, mas enfim … vamos apreciar …

Em I Coríntios 13:4-7, a Bíblia nos fala sobre o amor. Ela diz que: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se ira, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

E segundo Lennon e McCartney: “It’s easy. All you need is love. All you need is love. All you need is love, love. Love is all you need.” O amor é tudo que você precisa.

De acordo com a pesquisa feita por educadores com crianças de 4 a 8 anos o amor é uma mistura de sentimentos e atitudes. O amor é o reflexo. E para você, o que é o amor?

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Fonte: http://www.hypeness.com.br

 

DESAMORADOS

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DESAMORADOS

Alguns relacionamentos que podem ser chamados de tudo, menos de amorosos, pois são pincelados com as cores da violência – física e verbal -, de rancor, competição e castração. Se um dos parceiros anula-se, avilta-se, machuca-se, sofre, é hora de se separarem, urgentemente. E, embora a necessidade de sobrevivência clame pelo afastamento, muitas vezes a dependência doentia do outro nos impede de nos libertarmos daquilo que nos faz mal.

É inevitável: o ser humano foge à solidão a vida toda e visa à constituição de uma família, partindo à procura do amor de sua vida, de sua cara-metade, pois a maioria de nós não suporta encontrar-se acompanhada somente de si própria. A sociedade, por sua vez, cobra-nos um parceiro, um casamento, um filho, e por aí vai. Acuados, partimos em busca do amor, muitas vezes sem estarmos preparados emocionalmente.

Infelizmente, essa busca por um relacionamento pode se antecipar ao nosso amadurecimento pessoal, atropelando o fortalecimento de nossa personalidade e da resolução de nossas pendências sentimentais; ou seja, ainda vulneráveis e inseguros quanto a nossos próprios objetivos e desejos, entregamo-nos ao compartilhamento de vida com o outro. Como compartilhar incertezas e convicções frágeis? Ao darmos as mãos trêmulas, abrimos a guarda para que as certezas alheias – ainda que nocivas – instalem-se, passando por cima do que é nosso de maneira rápida e muitas vezes cruel.

Nessas situações, acabamos por deixar de lado o que temos aqui dentro, para abraçarmos o que o outro traz, uma vez que ele o traz com tanta certeza e propriedade, que aquilo nos convence facilmente. Tomamos como nossas as verdades do parceiro, anulando-nos em tudo o que nos define, tornando-nos dependentes e, cada vez mais inseguros – e quanto mais nos esvaziamos daquilo que é nosso, mais o outro se fortalece -, colocamos nossas vidas nas mãos de nosso amante, numa crescente anulação daquilo que costumávamos ser – de uma forma tímida e titubeante, que fosse, mas éramos! Com isso, o outro toma as rédeas de nossas vidas e sentimentos, controlando-nos, cerceando-nos, sufocando-nos.
Uma vez projetada nossa vida no nosso parceiro, fora de nós, passamos a não mais existir, passamos a depender de algo sobre o qual não temos controle.

Deixamos de lado o que somos, o que queremos, o que sonhamos, para ceder tão somente, mas isso machuca, violenta, diminui, dói fundo. Essa não existência em vida nos fragiliza a ponto de sermos obrigados a aceitar tudo aquilo que o outro tem a nos oferecer, mesmo que passando por cima de nossa dignidade. Somos violentados, ouvimos ofensas, suportamos olhares frios, gestos humilhantes, escapadas infiéis de quem justamente deveria nos completar, somar vida à nossa, numa equação equilibrada com saldo positivo.
Mas não; expostos em toda nossa vulnerabilidade, somos, afinal, vistos como seres sem vida, sem personalidade, sem verdades, sem nada, nada mais do que um vazio a ser preenchido como aprouver ao parceiro.

E não ousamos nos separar da aparente fonte de vida única que temos; falta-nos o ar sem a presença do outro, falta-nos dignidade suficiente para sabermos o que queremos e percebermos que aquela relação está nos matando aos poucos, a despeito dos aconselhamentos de familiares e amigos, dos machucados internos e/ou externos, da miséria estampada em nosso semblante, da tristeza que acorda e dorme conosco. Porque matar esse amor significaria tirar a própria vida, afinal, a essa altura, nós já somos o outro, o outro somente.

A libertação, nesses casos, é muito sofrida, pois já nos perdemos de nós mesmos, não sabemos quem somos ou onde estivemos todo esse tempo. Tomarmos uma decisão sozinhos então requer renascimento e reconstrução, fortalecimento e motivação, pois teremos de nos olhar no espelho e enxergar alguém que estava dormente e esquecido aqui dentro de nós. Teremos que voltar a existir por nós próprios, a andar com nossas próprias pernas, a escolher, a ouvir a nossa própria voz.

O reencontro consigo mesmo é tarefa árdua, sofrida, lenta, à medida que implica o enfrentamento de fantasmas adormecidos. Por isso mesmo, anular-se em favor do outro muitas vezes nos é conveniente, porque não é fácil termos a responsabilidade de decidir e escolher, encarando, nessa dinâmica, o pior de nós mesmos. Deixarmos o parceiro decidir e agir pode parecer cômodo de início, mas inevitavelmente pagaremos um alto preço por abrirmos mão de existir – acredite, não vale a pena.

Entregar-se sem se impor como uma pessoa que pensa, vive e sente, é como lançar-se de encontro à própria morte, ao esvaziamento de si, ao deixar de existir. Esse espaço vazio que nos tornamos será fatalmente preenchido pela tirania alheia. Antes de nos entregarmos, portanto, devemos estar prontos, seguros do que somos e queremos, pois amar nunca é uma via de mão única. Os relacionamentos amorosos necessitam de compartilhamento, troca, aceitação e renúncias de ambas as partes.

Se não trouxermos nada aos encontros da vida, para oferecermos como câmbio, estaremos fadados à dependência do outro e seremos obrigados a aceitar o prazer e a dor alheia em sua totalidade, na maioria das vezes em detrimento da nossa dignidade.

Entraremos, paulatinamente, em franca decadência emocional, o que nos deixará enfraquecidos e nulos, distantes de nossas verdades, achatados em nossa existência, tolhidos na busca pela felicidade. Libertar-se, nesses casos, será tão essencial quanto aparentemente impossível. Contudo – e felizmente -, é possível, sim; como tudo o mais nessa vida, dependerá principalmente de nós mesmos. Porque todos temos direito a um relacionamento que soma, acrescenta, acalenta e liberta. Porque todos temos o direito ao amor que cura. Sim ele existe e é corajoso, não vive em zonas de conforto.  Dialoga com o outro e não fala de sí mesmo apenas na ” internet”… ao contrário ele pede vida, contato, troca. 

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